4 de abr. de 2014

O por quê da Música?

Muitas pessoas me perguntam por que eu quero cantar. Por que escolhi justamente Música? É modismo? É por que você se inspira no que você ouve?

Bem... Eu não sei o que responder. De verdade! Meu amor pela Música sempre foi indiscutível, desde muito nova. Sempre gostei de séries com músicas, de ver canais com videoclipes, ouvir rádio, jingles de comerciais, aberturas de novelas. Meu amor por melodias e vozes sempre teve muita influência da escola.

 Eu sempre estudei em escola pública e durante meus dois primeiros anos no ensino primário tivemos aula de Música. Era bem básica: notas musicais, canções populares, cordéis. Isso me deixava extasiada, inclusive quando eu via o piano que havia na sala onde tínhamos aula. Ele era lindo – apesar de velho – e seu som me fazia tremer de vontade para aprender a tocá-lo. Quando a disciplina acabou nas escolas públicas, fiquei muito triste, era a minha favorita afinal. Chegando à 4ª série, eu entrei na fanfarra da escola. Ganhamos o primeiro lugar do bairro. Aprendi a tocar tambor médio e era super divertido e minha fome de conhecimento pela música crescia.

Entrei na Catequese e na Crisma nova, sempre quando havia missas, tinha o coral com sua pequena banda de guitarra, baixo e às vezes o mini-órgão que havia. Eram incríveis como as pessoas cantavam e faziam todos que oravam se cativar pelas músicas sobre Jesus e todos seguiam a letra que tinha no folhetim que recebíamos. Eu cantava a todo pulmão. Nunca entrei no coral porque sempre fui extremamente tímida em cantar a frente de mais de 200 pessoas todos os finais de semana e optei pelo Teatro. Nas aulas de Teatro, a música era essencial, sempre fazíamos musicais nas datas festivas da igreja e sempre me divertia muito.

Aprendi a ser mais desinibida – mas não entrei no coral mesmo assim – e em festas de minha família no interior havia o famoso karaokê. Eu sempre cantava, eu praticamente me ocupava a noite toda do karaokê. Meu tio sempre dizia: “você será a cantora dessa família! Você realmente canta bem, Bia!”. Eu tinha 9 anos. Foi aí que vi o que eu desejava sempre ser. Sempre tive dúvidas do que eu realmente queria ser na vida. Adorava desenhar, adorava atuar, adorava aprender mais sobre programas de designer – aprendi muita coisa sozinha –, adorava aprender línguas diferentes, coisas diferentes! Mas cantar... Cantar? Mamãe sempre dizia que era um hobby e quem conseguia sobreviver de música tinha sorte. Eu tentava desencanar sobre meu sonho.

Eu sempre sonhei em cantar. Em encantar com minha voz. Com a minha melodia. Com o meu talento.

Foram chegando meus 15 anos e comecei a me preocupar com o que faria de faculdade. Publicidade sempre era minha segunda opção, eu tentava fugi da que vinha primeiramente em minha mente: Música. Eu guardei isso comigo durante tantos anos, nunca fui realmente motivada a fazer aulas de canto, de violão, de piano porque sempre foi caro. Fazer Música é caro e eu sou uma famosa classe D/C do Brasil. Consigo sobreviver, mas não tenho suporte o suficiente. Brasil não dá suporte a Artes como dá a Medicina, a Direito, a Engenheiro e é uma profissão tão importante quão essas outras. O que seria do mundo sem a música? O teatro? O escárnio? A poesia, a prosa? Os livros! Mas ninguém pensa como eu, eis a verdade.

Quando estava chegando o fim do colegial quis abrir o jogo que desejava fazer Música, mas eu sabia que não seria bem receptivo esse meu sonho. Eu entendo que fazer faculdade, conseguir um bom emprego e viver bem acomodada é bom, mas... E se não é o que eu amo? E se é só pelo prazer material e não sentimental? A preocupação sobe a cabeça de quem me ama, eu sei, mas as vezes parece que não sou um ser pensante, que repensou, ficou noites em claro pensando: “isso é mesmo o que eu quero?”. E não dava outra. Era o que eu mais desejava.

Eu nunca deixei de correr atrás – mesmo que indiretamente – do meu sonho. Eu exercitei minha voz sozinha, a internet me ajudou muito. Tive ajuda de amigos valiosos que me ensinaram a tocar violão, amigos que me deram forças para manter esse sonho tão vivo quanto era aos meus 6 anos. Agora... Eu sei o quanto eu quero e amo a Música. Eu respiro, transpiro, penso e vivo Música. Eu vivo para cantar, encantar, fazer sorrir ou chorar.

Essa foi à primeira ideia que tive quando ouvia Cássia Eller cantando Palavras ao Vento. Tão simples aquela letra, mas tão intensa aquela voz. Ela encantava.


É isso que eu quero. Eu quero encantar com o que tenho de melhor: meu talento.

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